18 nov 16 Dicas para reter mais estudantes na sua IES

A maioria das IES possui uma preocupação constante com a quantidade de matrículas realizadas, no entanto, deixam de lado um aspecto ainda mais importante, a retenção e manutenção dos estudantes. Cada vez mais pessoas se matriculam em cursos do ensino superior privado, porém, controlar a evasão escolar e reter mais alunos continua sendo um grande desafio.

De acordo com o “Censo de educação do Ensino Superior” realizado em 2020  e publicado em 2022, pelo INEP, as matrículas não são o ponto central do problema nas instituições de ensino superior privado, mas sim a expansão do EAD. Além disso, um ponto importante que chama atenção são as campanhas realizadas para atrair e matricular, as quais ganham muito mais visibilidade do que as campanhas voltadas à manutenção dos estudantes já inseridos na universidade, sendo esse um aspecto normalmente relacionado à administração da IES. 

Por se tratar de um assunto amplo e repleto de vertentes, a evasão escolar não pode ser resolvida com apenas um tipo de abordagem. Ela deve ser discutida, analisada e desenvolvida ao decorrer de todo o curso, encontrando meios efetivos de reter estudantes. 

Por que é importante reter alunos? 

Porque a obtenção de boas taxas de retenção é um indicador de qualidade na IES, pois a manutenção dos estudantes significa um impacto positivo e significativo para o futuro profissional daqueles indivíduos. 

Podemos dizer que algumas das causas mais comuns de evasão são:

• Insatisfação com a qualidade do ensino
• Frustração com a escolha do curso
• Baixa demanda no mercado de trabalho
• Desempenho insatisfatório
• Falta de recursos (Tempo ou dinheiro)

Ao ingressar no ensino superior, o estudante passa a ter diversas responsabilidades e uma rotina muito mais intensa, além de possuir autonomia para realizar as próprias escolhas. No entanto, esses aspectos são grandes impactantes no momento de decisão, e influenciam em um âmbito muito mais amplo, pois ao desistir de dar continuidade ao curso, o país está tendo uma perda profissional, econômica e social. 

Isso também pode impactar o psicológico do estudante após trancar o curso, sendo atingido por sentimentos de incapacidade e descontentamento. Além de ser um ponto negativo para a Instituição, pois ao perder estudantes, gera prejuízos para professores, funcionários e até mesmo para outros alunos quando falamos de equipamentos e novas tecnologias. Porém, ao reter esses estudantes, é possível fazer investimentos e melhorias, o que se converterá em crescimento para a própria instituição de ensino superior. 

Mas existem algumas alternativas para melhorar, ou até mesmo resolver, o problema da evasão escolar, e assim, reter mais alunos. 

Se você quer descobrir quais são essas 16 dicas, continue com a gente!

01. Utilize tecnologias educacionais

Nos dias atuais, principalmente depois da pandemia, é quase impossível pensar em educação sem a tecnologia como apoio. Vivemos na era tecnológica, e saber utilizar ferramentas para potencializar o ensino pode ser uma ótima alternativa para reter mais estudantes. Além de ser um dos pilares para o ensino à distância, a utilização da internet e aparelhos tecnológicos possibilitam caminhos diversos para adquirir conhecimento, gerando o sentimento de pertencimento e identificação pelos educandos. 

Dessa forma, podemos dizer que o uso das tecnologias educacionais buscam englobar as diferentes necessidades do estudante, tornando o processo de ensino-aprendizagem muito mais interativo, significativo e colaborativo. Ou seja, o desenvolvimento e as mudanças geradas pela tecnologia, aplicados ao setor educacional, são extremamente relevantes, pois a partir desse ponto, é possível compreender como incorporar essas inovações de forma efetiva, focando no aluno e seu futuro profissional, além de trazer bons resultados para a própria instituição.   

02. Inclua metodologias ativas

As metodologias ativas são nada menos que estratégias de ensino que contribuem para a compreensão, absorção e retenção do conhecimento dos alunos. Além de tornarem as aulas mais dinâmicas e engajantes, elas ajudam no desenvolvimento de “Soft Skills” e no protagonismo estudantil, colocando o estudante no centro e, assim, possibilitando uma aprendizagem mais ampla e diversificada. 

Dessa forma, podemos afirmar que as metodologias ativas estão transformando o cenário atual da educação, o qual com frequência se baseava em modelos tradicionais de ensino. Elas estimulam a autonomia, independência, resiliência, responsabilidade e, principalmente, a pró-atividade, deixando de lado as aulas passivas e indo em busca de uma aprendizagem ativa.

No entanto, para que as metodologias ativas funcionem como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, é necessário estudá-las e analisá-las previamente antes de qualquer inserção, compreendendo quais são as mais benéficas de acordo com os objetivos de aprendizagem do curso em questão. Para adotá-las, é preciso organização, investimento e paciência, pois sua versatilidade permite diferentes formas de aplicação, portanto, deve-se estar ciente de que os resultados podem variar. 

Não deixe de conferir algumas das metodologias ativas mais utilizadas:

• Sala de aula invertida
• Gamificação
• Design Thinking 
• Aprendizagem baseada em projeto
• Aprendizagem baseada em problemas
• Rotação por estações 

Concluindo, as metodologias ativas possuem um papel de extrema importância no universo educacional, pois potencializam e contribuem para a qualidade do ensino nas Instituições de Ensino, aumentando o nível de engajamento e interesse até a conclusão do curso, além de reter mais estudantes. 

Leia também… “5 Soft Skills que o EAD ajuda a desenvolver”

03. Tenha uma comunicação inclusiva e objetiva

Oferecer uma comunicação transparente e objetiva para os estudantes desde o começo do curso é essencial, pois fará com que os alunos fiquem muito mais à vontade para compartilhar suas opiniões, sugestões e reclamações. Fazer com que o discente se sinta valorizado é um dos pilares para mantê-lo, pois essa ação evidencia a preocupação e cuidado que a Instituição possui com cada aluno, estabelecendo uma relação de confiança e fidelidade. 

Um ponto a ser explorado é a humanização no atendimento, tema muito presente no UX – User Experience -, o qual aborda sobre a importância de proporcionar uma boa experiência para o usuário, no caso, o estudante. Por isso, procure entender como o aluno está se sentindo, analise o problema e encontre o melhor caminho para solucioná-lo. Prezar por uma boa experiência é empatia e garantia de melhores resultados internos. 

Ou seja, em um ambiente de acolhimento, compreensão e disponibilidade, o educando terá mais suporte e confiança, fazendo com que a taxa de desistência seja bem menor e que seja mais fácil reter aquele estudante na IES.    

04. Não se esqueça das redes sociais 

Além de ser uma ótima forma de fazer com que a IES ganhe autoridade, as redes sociais ajudam muito no desenvolvimento do sentimento de pertencimento, ganhando representatividade e relevância. A maioria das pessoas ao redor do mundo possuem pelo menos uma rede social, então, colocar a sua Instituição de Ensino Superior nas redes faz com que o alcance seja mais rápido e orgânico, ou seja, tanto os alunos quanto potenciais alunos vão interagir com o conteúdo divulgado.  

Ela também pode servir como um canal de comunicação alternativo e mais acessível, fazendo com que o engajamento dos estudantes com a universidade ocorra de forma muito mais natural e intuitiva. Eles também conseguem fazer reclamações ou considerações de maneira prática e sem burocracias, o que normalmente não ocorre em serviços de SAC e atendimento ao aluno.

Em suma, a utilização desses meios de comunicação com os perfis dos estudantes também é uma ótima oportunidade para firmar laços de confiança e mostrar aos alunos que a IES está disposta a ouvir e dialogar. 

05. Analise e invista!

Da mesma forma que há um bom investimento no setor de matrículas, também é necessário realizar esse mesmo apoio para a manutenção dos alunos já matriculados. Na maior parte das vezes, a Instituição só atua quando o aluno já está decidido a evadir, e por isso, não consegue evitar a perda. 

É preciso analisar e entender  porque o educando decidiu pedir a transferência, cancelamento ou, no pior dos casos, o trancamento do curso. Esse é um trabalho complexo e profundo que requer uma equipe especializada, e que principalmente, esteja disposta a ouvir e conversar. 

06. Mostre ex-alunos destaque da IES.

Muitos estudantes, quando ingressam no ensino superior, não tem referências de pessoas de sucesso em sua área de atuação no mercado de trabalho, o que pode ocasionar receio, frustração e até mesmo desmotivação em suas jornadas acadêmicas, provocando a evasão. 

Então, uma boa ação para melhorar e evitar esse tipo de acontecimento é apresentar aos estudantes pessoas relevantes que fizeram graduação em sua IES. Promover eventos e palestras com ex-alunos que possuem maior visibilidade pode servir como um mecanismo incentivador, mostrando que a área de atuação que eles escolheram é importante e que todos têm capacidade de alcançar as mesmas conquistas.  

07. Acolha os estudantes no processo de adaptação. 

É comum vermos quatro tipos de situações:

1º – Pessoas que acabaram de sair do ensino médio e ingressaram na faculdade. 

Esse tipo de estudante não possui qualquer tipo de familiaridade com o estilo de ensino das universidades, então esse é um mundo totalmente novo e inexplorado por ele. Por isso, com essas pessoas deve-se ter paciência e empatia, pois a mudança de cenário é brusca. Disponibilizar calendários, permanecer em constante contato e estar disponível são ótimos meios de ajudá-los no processo de adaptação. 

2º – Pessoas que trancaram o curso e estão voltando a estudar.

Nesse caso, a pessoa já sabe como funciona a rotina de uma Instituição de Ensino Superior e entende os procedimentos, no entanto, em decorrência de problemas pessoais, econômicos ou até mesmo psicológicos, optou por trancar o curso. Com eles é necessário compreender o que os levou a tomar aquela decisão, o que é preciso fazer para reter o estudante e o que fazer para evitar que tal situação não ocorra novamente. 

3º – Pessoas que mudaram de curso.

Nesse contexto, os estudantes conhecem o universo do ensino superior, no entanto, optaram por mudar de curso. Isso pode acontecer por causa da falta de identificação ou má experiência em relação ao curso atual. O que se pode fazer é fornecer teste de (re)orientação vocacional, formulários de satisfação e disponibilizar calendários para que haja uma compreensão facilitada da nova rotina, das aulas e matérias, fazendo com que o aluno se sinta confiante com sua decisão e nova realidade. 

4º – Pessoas que começaram a fazer faculdade depois de se estabelecerem. 

Esse é um caso que vemos com frequência. Muitas pessoas começam uma graduação depois de casar, já ter um emprego, filhos ou até mesmo depois de idosos. Mesmo sendo algo comum, é preciso prestar atenção aos detalhes e saber como unificar esses estudantes aos outros membros do curso. Normalmente a rotina dessas pessoas é exaustiva, então, proporcionar um ambiente acolhedor, um apoio psicológico e utilizar metodologias que realmente auxiliem no processo de ensino-aprendizagem são excelentes saídas para enfrentar essa problemática. 

Porém, independente do caso, é necessário ajudar os estudantes nesse processo de forma que realmente impacte sua jornada acadêmica, dessa forma, reter os alunos acontecerá de forma natural, pois o aluno se sentirá à vontade e pertencente àquele local. 

08. Preocupe-se com a empregabilidade

Como já falamos anteriormente, um dos grandes desafios e receios dos estudantes durante e após a graduação é a empregabilidade. Muitos alunos passam o curso inteiro sem sequer conseguir um estágio ou emprego em sua área de atuação, o que certamente pode levar à evasão. 

Então, um meio de evitar esse acontecimento é incluir o aluno no mercado de trabalho dentro, ou por meio, da própria IES. Agências internas de estágio que atendam aos requisitos do mercado de trabalho, preparando o estudante para a realidade da profissão, parcerias com empresas que possuem programas especializados para capacitar esses estudantes, ou até mesmo visitas monitoradas, permitindo que alunos deixem seus currículos, e assim, criem um vínculo com determinada empresa. 

09. Disponibilize bibliotecas digitais 

Muitos professores pedem para que os alunos façam leituras obrigatórias, as quais ajudam a tornar o conteúdo mais rico e profundo, no entanto, dependendo do curso, os materiais complementares são de difícil acesso ou fora do orçamento dos educandos, principalmente os livros didáticos. Possuir uma biblioteca digital ajuda os alunos a terem acesso ao mesmo livro, com a mesma qualidade, mas sem gastos adicionais. 

Os acervos digitais também ajudam os alunos que querem se aprofundar ou buscar por novos conhecimentos, mas sem nenhum custo adicional. 

Esse é um fator facilitador que pode ajudar sua IES a reter mais alunos, além de trazer cultura e literatura de forma muito mais acessível e prática para todos os estudantes, sendo um grande diferencial para sua Instituição. 

 10. Não deixe de atualizar o plano pedagógico.

Um bom planejamento pode permitir melhorias reais e significativas tanto para docentes quanto para educandos, facilitando a jornada acadêmica de ambos e fidelizando o aluno. Por isso, fazer a observação do planejamento pedagógico, assim como o PPC, – Projeto Pedagógico de Curso – garante uma análise mais profunda sobre a experiência educacional dos estudantes, propondo melhorias que garantam ao aluno um ensino mais personalizado e assertivo.

Além disso, sua necessidade deve-se ao fato da grande transformação tecnológica, dos processos educacionais e do mundo empresarial. Portanto, é imprescindível reavaliar constantemente o plano pedagógico e garantir que esteja sempre atualizado.

Também é importante que os gestores realizem um levantamento dos pontos fragilizados, propondo melhorias que contemplem as necessidades dos estudantes e professores. 

 11. Facilite os processos financeiros 

Esse é um dos aspectos mais importantes e delicados em relação à evasão, sendo um assunto complicado tanto para o aluno, quanto para a Instituição. Porém, busque flexibilidade para negociar com o estudante. 

Fazer o acompanhamento contínuo do pagamento das mensalidades é imprescindível para conseguir identificar as inadimplências. Caso aconteça, ligue para o aluno e pergunte o que aconteceu, propondo sempre soluções eficazes para que seja vantajoso para ambas as partes. 

Oferecer programas de crédito estudantil, iniciação científica e bolsas são sempre ótimos meios para fidelizar e criar vínculos com os estudantes, para dessa forma reter mais pessoas. 

 12. Tenha uma equipe de apoio psicológico 

Um ponto que é impossível ignorar e que pode fazer toda a diferença para manter os alunos na IES é a valorização da saúde mental. Esse é um dos fatores mais importantes hoje em dia para que o estudante consiga ter um bom rendimento e dar continuidade no curso. Por isso, políticas de acolhimento e atendimento psicológico devem ser inseridas no contexto educacional da sua Instituição.  

Os diretórios acadêmicos podem se tornar grandes mecanismos facilitadores para inserir as políticas de acolhimento, pois essas alternativas possuem baixo custo de implementação para a IES, além de dar o suporte que o aluno precisa. No entanto, o atendimento requer um profissional especializado, um psicólogo ou psiquiatra, já que seu foco é mais relacionado a assuntos mais profundos e pessoais da vida do estudante. Sendo recomendado para casos mais sérios e graves. Caso exista a possibilidade, a IES pode disponibilizar espaços privados e dias específicos para que as conversas ocorram, permitindo que qualquer pessoa use aquele espaço caso necessário. 

Por exigir um nível mais alto de profissionalismo na área da saúde, os atendimentos devem ser encaminhados e justificados, pois a contratação desses especialistas gera um aumento significativo no custo mensal da Instituição. Uma das alternativas é encaminhar os casos mais graves para o atendimento, e a outra alternativa é treinar os estudantes do último ano de psicologia com profissionais experientes na área e professores, como um estágio obrigatório. 

Ao adotar essas medidas, a IES mostra que preocupa-se com a vivência de seus estudantes além do contexto educacional, apresentando meios de ajudá-los em seus problemas pessoais, incentivando-os a finalizar o curso, além de o reter na Instituição. 

13. Mostre resultados positivos 

Apresentar bons resultados é uma ótima maneira de promover representatividade e ganhar autoridade, gerando o sentimento de desejo por pessoas que não são matriculadas na Instituição de Ensino, e orgulho e pertencimento por seus próprios estudantes. 

Uma dica interessante é atualizar os dados apresentados constantemente, pois através dessa ação, os alunos conseguem visualizar como seu desempenho afeta a própria Instituição. 

14. Cursos de extensão

Os cursos de extensão possuem muito em comum com a educação continuada, pois esse é um conceito referente a qualificação estendida do estudante. Os cursos promovidos pela IES, além de contarem como horas complementares, são meios eficazes de permitir que o aluno consiga se aprofundar em sua área de atuação, aprender novos conteúdos, se desenvolver e se preparar para o mercado de trabalho. 

A implementação desses cursos evidencia o cuidado que a Instituição possui com seus alunos desde o início e até depois de sua formação na universidade, sempre incentivando o estudante a ir em busca de mais conhecimento. 

 15. Realize visitas monitoradas 

Promover visitas monitoradas, de acordo com o curso e área de atuação de cada estudante, pode ser um meio alternativo para reter alunos, pois os retira da rotina intensa e os coloca em um ambiente diferente e interativo. 

Isso também é uma das formas de mostrar na prática para os estudantes como é a profissão no dia a dia, fazendo com que o conteúdo dado em sala se torne muito mais palpável e visível. 

 16. Não deixe de lado o ensino híbrido! 

Após a pandemia do COVID-19, a modalidade EAD cresceu rapidamente, mostrando para as pessoas que é possível aprender com a mesma qualidade do ensino presencial, quebrando paradigmas e construindo novas mentalidades sobre esse formato. Porém, a tendência após esse estouro do ensino à distância é que ele se alie ao presencial, juntando o melhor dos dois mundo, o famoso ensino híbrido.

Além de ser um facilitador, o formato híbrido engloba as vantagens de ambas as modalidades de ensino, permitindo que o aluno tenha um certo nível de interação com seus colegas sem deixar de ter a flexibilidade que o EAD proporciona. Por isso, não deixe de lado esse aspecto em seu planejamento, pois pode ajudar a controlar a evasão e reter mais alunos. 

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